sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A décima oitava postagem

» O inferno é nós «


E, nesta madrugada, eu quero sair sem rumo, caminhar por ruas desconhecidas que me façam esquecer daquelas que conheço, quero desvendar mistérios já conhecidos, redescobrir em meio a tanta escuridão o gosto da sua boca e te amar, me condenando e me submeter aos seus julgamentos encaixotados e envelhecidos. Qualquer coisa que me dê um prazer momentâneo e me remeta à dor do inexistente.

Quero inventar um novo ódio, esta noite. Um ódio repleto de amor que dispense a dor ou faça do tempo algo inalterável. Mas um ódio sem finalidade para que chame a atenção de seus olhos avermelhados de críticas e desmereça sua existência pelo simples fato de existir.

Caso não baste e você almeje por mais, criarei um sonho baseado em sua dor para que seja capaz de enxergar lentamente a falência da vida e assim saciar sua sede indomável.

Para mim, permitirei resgatar as mínimas lembranças espalhadas ao chão pelo rastro do seu cheiro e terá que me bastar pois é só o que encontrarei pelo seu caminho.

Quando o sol raiar quero estar perdido numa selva de pedras intransponível e rirei da minha própria graça tentando vilmente me redimir de erros que não são meus, mas de um outro alguém que como eu pôde errar ou não e ainda assim optou por se condenar, me condenando sem saber.

• Texto de 18 de dezembro de 2009

1 concepções:

neTrop!k@lista disse...

Caso não baste e você almeje por mais, criarei um sonho baseado em sua dor para que seja capaz de enxergar lentamente a falência da vida e assim saciar sua sede indomável.
NOSSA! isso é um verdadeiro des-engasgar!!!!! muito bem escrito! meus parabéns!
abraços!

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