» Tempos de tormenta «
Em meio a chuva de granito que martela o sótão do meu coração um sonho caiu quase que por acaso sobre meu sono pesado, doce sonho que me mostrou sua face serena a brilhar como diamantes envolvidos em pequenas labaredas e pude, então, te tocar uma vez mais e me lembrei que havia me esquecido como a maciez da sua pele me intregava. Mas antes que minha boca se abrisse na intenção de proferir a tal palavra de quatro letras, um mar gelado se desmanchou sobre mim me despertando em uma cama fria e espaçosa demais perdida na escuridão de um quarto amarelado de esquecimento. Restou-me apenas uma nova relíquia para a estante repleta de você, onde se encontra perdido a tantas memórias meu coração esquecido pelo tempo, por você e, quem diria, também por mim.
O sol luta entre nuvens negras por uma fresta mínima que possibilite ao menos um único de seus tantos tentáculos me encontrar, mas seu tempo fechado impossibilita até mesmo o coração de se manifestar. Tamanho dilúvio não é contido por uma simples história passada, ainda que desconhecida sua real força, pois, sua origem é recente, uma ferida em aberto em exposição aos olhos observadores. É difícil aceitar que não é possível nadar até você sendo minha melhor chance me permitir submergir crente que a maré me levará a seu encontro. É acreditar que o invisível é mais sensato que o coração mesmo não sendo possível uma definição e que a superfície esconde mais armadilhas que as profundezas. Então, novamente, permito a meu cárcere se congelar na única esperança de te ver lutar e me salvar dessa tormenta que não me pertence, porém me feri.
2 concepções:
Tempo de tormenta talvez seja de fato o melhor título para esse Victor Hugo tão instável como a meteorologia. =]
abraços!
já estou sentido falta dos posts =D
um natalino abraço!!
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