sábado, 24 de outubro de 2009

A vigésima quarta postagem

A história de um sonhador ☠

Era uma vez um coraçãozinho que estava machucado, sempre carregando seu "band-aid" em meio ao seu peito sem nunca verificar sua ferida, determinado a reencontrar aquele que um dia foi tudo o que ele quis e desejou. Apoiado por outro coraçãozinho valente, ele segue em viagem até seu destino: a cidade daquele sonho já perdido. A ansiedade parecia ser eterna e insuperável. Uma noite antes do reencontro, coraçãozinho-machucado mal conseguiu fechar os olhos e descansar um pouco, só conseguia pensar e tentar imaginar como tudo ocorreria, mas não conseguia porque não havia expectativas a respeito e isso o admirou muito, conhecendo a si mesmo como conhecia.

Então, o sol surgiu por de trás daquelas nuvens acinzentadas da manhã para trazer o dia determinante para a vida de coraçãozinho-machucado. Mal pôde esperar até que o café-da-manhã do hotel onde estava fosse servido, saiu cedo de casa e foi ao mar pedir a proteção de seus guias-pais. Ao som do mar, refletiu sobre o que estava fazendo ali... Não havia sentido, nem objetivo... Não havia o que dizer... Então, coraçãozinho-machucado ficou confuso e não soube distinguir o que estava sentindo ou se o que sentia ainda existia. Voltou ao encontro de seu amigo coração-valente, o qual já o esperava pronto para partir.

Depois de diversas tentativas de encontrar seu passado, uma pista foi jogada em suas mãos, a melhor delas: uma controversa. Voltou ao primeiro lugar que procurou e facilmente descobriu a verdade... Ele estava lá. Calmamente, sentou-se esperou. Até o momento em que ele surgiu. E, então, coraçãozinho-machucado perguntou-se: "Por que não estou sentindo nenhum frio na barriga? Cadê meus sentimentos?" e antes que pudesse encontrar quaisquer respostas para suas tantas perguntas, seu passado estava ali chamando por ele. Mas não havia o que dizer, apenas olhar e encontrar em seus olhos a certeza da indiferença recíproca.

Já no mar com seu amigo coração-valente, que se encontrava completamente furioso e confuso com tudo, coraçãozinho-partido perguntou à mamãe Iemanjá qual havia sido o fatídico destino daquele amor que um dia foi como o mar sem começo, nem fim. E, como uma brisa que nos acaricia o rosto com carinho, a resposta veio sem pressa: Acabou e até mesmo o fim você deixou de perceber. As lágrimas de coraçãozinho-machucado foram inevitáveis, porém, aquela mesma brisa que trouxe sua resposta também levou consigo aquele curativo que há tempos estava ali surpreendendo, então, a coraçãozinho-machucado e valente.

A ferida já não mais jazia ali. Como um milagre, nem cicatriz sobrou para que pudesse relembrar o passado. Então, coraçãozinho-agora-não-mais-machucado voltou para sua casa onde o esperavam com os braços abertos e prontos para consolá-lo, todavia, pasmaram ao ver o sorriso em seus lábios e entenderam que a paz buscada foi encontrada ao lado do fim. Assim seguiu-se a vida de coraçãozinho... Agora somente um coraçãozinho, nada mais.

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