• Assunto indefinido III •
Não quero defini-los mais. Não mais. Definições estão limitando minha vida. Procuro desesperamente alguma sensação nova para descrever e não encontro palavras para tal... O que escreverei não pode ser absorvido por mente que muito exijam e ávidas de requintes... Cada coisa é uma palavra. Não, não é fácil escrever. É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados. O fato é que tenho nas minhas mãos um destino e no entanto não me sinto com o poder de livremente inventar: sigo uma oculta linha fatal. Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens.
Eu que quero sentir o sopro do meu além. Para ser mais do que eu, pois tão pouco sou. Isso será coragem minha, a de abandonar sentimentos antigos já confortáveis. Existir não é lógico. Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui. Minha força está na solidão.
Vivemos exclusivamente no presente pois sempre e eternamente é o dia de hoje e o dia de amanhã será um hoje, a eternidade é o estado das coisas neste momento. Não sei a quem acusar mas deve haver um réu. Estou procurando danadamente achar nessa existência pelo menos um topázio de esplendor. Sofrer um pouco é um encontro. Não me responsabilizo pelo o que agora escrevo.
Não se conta tudo porque o tudo é um oco nada. A verdade é sempre um contacto interior inexplicável. A verdade é irreconhecível. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata. Simbolicamente morro várias vezes só para experimentar a ressurreição. Mas... o melhor negócio é ainda o seguinte: não morrer, pois morrer é insuficiente, não me completa, eu que tanto preciso.
♫ enquanto isso no mp3: Duane Joseph - The Juliana Theory ♪
domingo, 7 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
1 concepções:
Uau. um post só com citações. oO'
Postar um comentário